quinta-feira, 27 de setembro de 2012

AS CRIANÇAS E OS SEUS MEDOS

Hoje eu vou escrever sobre uma nova fase na vida do Miguel - o medo.

Hoje ele está com 2 anos e quase completando 5 meses e desde o começo desse mês ele vem demonstrando alguns temores. Fomos viajar para visitar a minha irmã que mora em outra cidade. Casa estranha para ele, estava só comigo e apesar de tudo estava indo super bem até que chegou a hora de dormir.

Deitamos juntos eu e ele e como de costume apaguei a luz e deixei somente a claridade da televisão. E ele começa a perguntar: "- Que foi barulho esse?" (não, eu não escrevi errado, ele pergunta assim mesmo, hehehe). Era o "tic-tac" de um relógio de cabeceira. Expliquei que era só o tic-tac do relógio e peguei na mão pra mostrar a ele e parecia que estava segurando uma bomba tamanho era o pavor nos olhos dele. Bom, resolvi tirar as pilhas e guardá-lo na gaveta imaginando que assim ele iria conseguir dormir. Mas a minha noite estava apenas começando...


Quando ele se acomoda no travesseiro e se vira de lado enxerga uns enfeites de gato grandes, na estante e começa a dizer que tinha monstros no quarto. Levantei, liguei a luz, expliquei que era um enfeite e novamente peguei na mão para mostrar para ele que teve a mesma reação a situação do relógio. Lá fui eu guardar os tais gatos. E bom, assim foi indo até que ele acabou dormindo de cansado mesmo, mas simplesmente estava atento a todos os barulhos e objetos, incluindo os barulhos de fora da casa (carros que passavam na rua, cães latindo...).

E no dia seguinte...

Ele não queria entrar na sala porque viu um dos quadros na parede e disse que tinha um monstro ali (era uma pintura de flores de amor-perfeito). Nesse dia resolvi que não iria mais retirar nenhum objeto de seu lugar, já que tive essa atitude na noite anterior e não havia adiantado. Durante todos os dias que se seguiram na casa da minha irmã ele ficou dizendo que estava com medo de alguma coisa.

Sempre fui o tipo de mãe que nunca recorreu a recursos do tipo: não vai aí porque tá escuro; não mexe no gato se não ele vai te morder; não faz manha se não aquele moço vai te levar embora, etc... Sempre gostei de explicar as coisas para o Miguel desde bem novinho, quando ainda nem falava e provavelmente nem entendia o que eu estava dizendo, mas já servia como um tipo de treinamento para mim. E nunca gostei de assustar as crianças com coisas desnecessárias (já existem tantas coisas assustadoras de verdade!!!), então comecei a ficar um pouco chocada quando vi que ele começou de repente a apresentar tantos medos ao mesmo tempo.

Quando voltamos para casa achei que aquilo tudo seria esquecido. Estava atribuindo aquele comportamento dele ao fato de termos ido para uma casa em que ele não estava habituado e passou por várias experiências diferentes. 

Mas já na primeira noite em casa ele começou com o tal "medo do escuro". 

Queria dormir de luz acesa. Até umas poucas semanas atrás ele nos pedia para deixar tudo escuro dentro de casa, tínhamos que brigar por um pouco de claridade. Enfim, resolvi pesquisar sobre o assunto e descobri que essa idade entre 1 e 3 anos é o período onde eles começam a sentir "medos" de pessoas, objetos (conhecidos ou não) e confundir fantasia com realidade. E que só é o caso de se preocupar se isso começar a atrapalhar mesmo a criança em seu desenvolvimento. Do contrário é ter muita paciência, procurar entender que o medo que ele está sentindo pode ser uma bobagem para nós, mas o sentimento para eles é verdadeiro.

Agora tento explicar pra ele que é normal ter medo, todo mundo tem medo de alguma coisa, conto pra ele que quando eu era pequena também tinha os meus medos e que depois que fui crescendo eles foram indo embora. Faço o possível para tentar explicar para ele o que são os barulhos que está escutando e para o que servem, mas quando vejo que ele não está entendendo ou que não está adiantando apenas começo a me concentrar em distrair ele com alguma coisa divertida.
E é isso. Aqui em casa estamos atravessando a fase dos medos. E por aí vocês já estão passando por essa fase também?

Beijos.



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