sexta-feira, 8 de novembro de 2013

CRIANDO FILHOS E BICHOS


"Pode ser gato, cachorro, papagaio, peixe, periquito, não importa. Conviver com um animal de estimação é um ensaio para lidar com a vida." Assim começa a reportagem da Revista Crescer de Outubro/2010 edição nº203, sobre a importância da convivência das crianças com animais de estimação. Quem tiver acesso a essa edição recomendo a leitura, infelizmente no site não localizei essa edição eletrônica.

Aqui em casa, nós temos a Bianca que é cachorra. Ela tem 8 anos, é dócil e é parte da família. Minha "filha mais velha", posso dizer assim. O meu pensamento é de que quando resolvemos adotar um bicho, devemos encará-lo como um novo membro da família e não como um "presente" para alguém. Devemos avaliar bem tudo o que irá acarretar na vida da família toda um novo membro, desde as despesas financeiras até as responsabilidades que cada um terá que assumir para ajudar a cuidar.

Eu vou apenas contar um pouco da minha experiência como mãe que cria criança e cachorro. Não pretendo aqui ensinar nada e nem dar dicas, apenas dar a minha visão sobre o assunto a partir do que eu vivencio dia-a-dia.


Aqui eu e o marido sempre divimos os cuidados. Desde cedo ensino o Miguel que bicho não é brinquedo e que sente dor, frio, calor, fome, tudo que nem a gente. Então sempre ensinei a como fazer carinho sem puxar o pelo, NUNCA bater, não deixo pegar no colo por duas razões: uma porque ela é maior do que ele e outra porque criança é sem jeito para fazer isso e pode acabar machucando o bicho, independente de ser a Bianca ou outro animal que ele teve contato, colo só se ele estiver sentado e eu colocar pertinho dele.

Ele sempre gostou da função de ajudar a dar a ração pra ela, de trocar a água do pote, de brincar, de passear. Ela precisou passar uns meses longe de casa, mas agora ela está de volta e exigindo uma série de cuidados, pois agora além da diabetes e do problema no coração, ela também está cega.

Isso tem sido de um aprendizado para o Miguel que me emociona! O cuidado com que ele se aproxima dela para acarinhar, as palavras que ele diz pra ela "Vai ficar tudo bem, Bica!", "Sabia que eu te amo, Bica?", nossa, não tem preço essa convivência. Tem aprendido sobre o que é ser cego, ele me vê aplicar as injeções de insulina nela e me faz várias perguntas sobre o "dodói" dela, me avisa quando a água dela está acabando no pote, dedura se ela está aprontando alguma arte, sabe que o único alimento que ela pode comer é ração e que não pode dar nada pra ela além disso e tudo sempre com muito carinho dele com ela.

Ela nunca foi uma cachorra chegada em criança, na verdade ela aprendeu a se acostumar com ele. Nunca avançou, nem rosnou, nem fez qualquer menção de mordê-lo. Mas nunca foi aquela cachorra brincalhona de sair correndo pela casa com ele e se rolarem no chão, etc. Em compensação são companheiros de sofá. Sim! Adoram sentar ou deitar juntos quando o Miguel vai ver televisão. Ele faz carinho nela, ambos se "implicam" (parecem duas crianças, às vezes), ela empurra ele do sofá pra deitar sozinha, ele deita na cama dela, ele pega os brinquedos dela e ela se deita sobre as construções de blocos dele, enfim, uma zona, mas super divertida.

E gente, ter um bichinho de estimação é muito bom, principalmente para as crianças. Mas adotar um bichinho só porque o filho está pedindo muito sem analisar antes se todos da família estão de acordo e dispostos a ajudar e se vai caber no orçamento pode acabar dando mais dor de cabeça do que alegrias. E o que deveria ser uma festa vai se transformar em pesadelo. Mas saibam que é possível sim ter bichos de estimação e crianças convivendo na mesma casa e pacificamente, é só questão de se organizar.



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